quinta-feira, 22 de setembro de 2011

BATIK


















A Indonésia foi o berço do Batik, forma de expressão artística que consiste em desenhar com cera quente sobre o tecido e em seguida tingí-lo com cores variadas, que lhe confere uma impressionante beleza. A técnica do Batik tem como característica singular o efeito da cera, que se parte em alguns lugares deixando um craquelê no desenho, o que acrescenta um toque especial no trabalho dos artista.
Nos tempos das colonizações a técnica do Batik embarcou nos navios holandeses e viajou pelo mundo.
Eu fiz o curso de Batik na fundacaoculturaldecuritiba.com.br. Com o Batik, pode-se fazer quadros, cangas, lenços, enfim, tudo que tenha como suporte o tecido, e além dele, papel, couro e casca de ovo (as famosas pêssankas).
Um bastidor, moldura de madeira para esticar o tecido, evitando-se que cole na mesa com a aplicação da cera. Essa moldura pode ser feita em casa, bastando comprarem-se as ripas de madeira já aparelhadas. Pode-se graduá-las, de forma que sirva para trabalhos de diversos tamanhos. Nesse caso devem-se acrescentar encaixes de dez em dez centímetros em todas as ripas (não é necessário fixar as partes com pregos, sendo preferível encaixá-las).















O tom de fundo do tecido (normalmente seda ou algodão 100%) é branco ou pastel. Deve-se ter em mente que o processo se dá de forma oposta ao resultado final, é como se fosse o negativo de uma fotografia. As partes claras devem ser cobertas para obter esse efeito. O tecido é, então, mergulhado na tintura - sendo que a primeira cor deve sempre a mais clara das que serão utilizadas. A seguir, as partes do tecido que deverão manter a primeira tonalidade, recebem uma camada de cera e o tecido é novamente mergulhado na tinta, desta vez em tom mais forte do que a primeira, e assim sucessivamente com as outras cores. O processo continua, até a aplicação da cor mais escura, o preto. Deve-se ter em mente que cores sobrepostas, tem como resultado outras cores, por isso é conveniente seguir uma determinada escala de cores. Por exemplo, se a primeira tinta for vermelha e a segunda azul, lembre-se que o resultado final não será azul, porém violeta.
Depois a última tintura, o tecido é posto para secar. Depois é colocado entre camadas de papel absorvente ou jornal e a cera é retirada com o auxílio do ferro de passar. Após toda a cera ser retirada, o batik revelará o todo desenho que foi permanentemente gravado no tecido. O resultado é um momento de excitação e expectativa, pois nunca se pode ter certeza de haver alcançado uma separação perfeita de cores - e um bom resultado depende deste fator. Só a prática torna o trabalho perfeito.
A característica deste processo é dada pelas rachaduras que aparecem no desenho. A cera depois de fria é dura e quebradiça; acontece, portanto, que, durante o tingimento do tecido, ela vai rachando, permitindo que a tinta penetre por entre as fendas. O resultado é aquele aspecto de teia-de-aranha que confere ao batik um toque de originalidade.



MATERIAIS ESSENCIAIS À EXECUÇÃO DO BATIK

1. A cera de abelha - pura é muito maleável e não permite rachaduras suficientes no tecido. Podemos misturar a cera com parafina, em partes iguais para obter mais rachaduras. Desejando-se, porém, rachaduras mais abundantes, deve-se tomar duas partes de parafina para uma de cera. A aplicação deve ser feita de forma homogenia e rápida, para que a superfície do trabalho ganhe uniformidade.

2. O tjanting - aparelho importado, originário de Java, serve para cobrir de cera linhas muito fina do desenho no tecido, através de um pequeno cano, que pode variar de diâmetro, formando linhas de grossura variável.














3. Pincéis de diversos tamanhos e feitios - indispensáveis também para detalhar com propriedade as linhas do desenho a ser executado. As cerdas dos pinceis devem ser naturais, as sintéticas queimam ao contacto com a cera quente.




















4. Um fogareiro elétrico - o mais aconselhável para derreter a cera. Para evitar qualquer risco, recomenda-se derreter a cera em banho-maria.
5. Use uma colher de pau para mexer a cera.
6. Os corantes usados são os mesmos usado para o TIE-DYE, corante Tingecor Guarani, bem como o fixador, fixa-cor Guarani.
IMPORTANTE: O corante é usado frio, diferentemente do usado no TIE-DYE, que é fervendo, por isso o tempo de permanência na tintura deve ser maior.
A fixação da cor é feita com o Fixacor mais duas colheres de sopa de Ureia, comprada em lojas de produtos químicos, dissolvida em água.

ALGUNS CORANTES NATURAIS:

Folhas de eucalipto (obtem-se: amarelo, marrom, verde), cascas de maracujá (marrom), cebola (amarelo e marrom), casca de nozes (marrom escuro), cascas de soja (violeta ou marrom), cascas e caroços de manga (marrom e laranja).
Porém todas essas cores devem ser testadas anteriormente, antes da aplicação no trabalho
7. Jornais para absorver a cera quando do uso do ferro de passar.
8. Ferro de passar, de preferência a vapor.
9. Luvas de borracha e avental.

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